tag:blogger.com,1999:blog-50790109860426762832024-03-08T11:12:42.312-08:00COMEÇAMOS AO CONTRÁRIO"Mrs.Dalloway disse que ela mesma iria comprar as flores"Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-45288277069015057212009-06-24T03:47:00.000-07:002009-06-24T04:06:55.528-07:00Começamos ao contrário<div align="justify">Ao contrário do que é devido, do que se pretende, do que se deve mas nunca, e digo nunca com toda a afirmação que esta palavra transporta, ao contrário do que se sente. Estamos aqui e deviamos ter estado sempre ali, caminhamos nesta direcção e a que deviamos ter seguido sempre era a outra, falamos quando deviamos permanecer em silêncio e sempre que alguma coisa devia ser dita, há uma uma força que nos cose os lábios e torna muda a nossa eloquência sentimental. Creio na força que nos uniu, que nos mantem juntos e que faz com que a cada momento avancemos no olhar do outro. Quero congelar, um a um, cada momento, para que nunca percam a intensidade, o aroma e a frescura do que sinto.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-64077848521664429942009-06-03T09:49:00.000-07:002009-06-24T03:46:53.295-07:00A presença na minha ausência*<div align="justify">Este não pertende ser um <span style="color:#ffccff;">*</span>'livro de mágoas', nem uma <span style="color:#ffccff;">*</span>'bíblia de tristes' ou sequer testemunhos desventurados. Abençoados são aqueles que desgarram os momentos de dor, ansiedade e saudade porque as sombras que nos seguem, as que criamos e a nossa própria fazem-nos já sentir. São estes os que ficam sempre que outros permanecem apartados. A distancia é para além de uma emoção, faz sentir-se como um objecto frio, de cor metálica e arestas cortantes. Vai entranhando e fazendo substituir-se ao sangue quente e vermelho que corre languido na espera do regresso, <span style="color:#ffccff;">*</span>'e a minha boca tem uns beijos mudos,' <span style="color:#ffccff;">*</span>'e as minhas mãos, uns pálidos veludos'. É assim que permaneço. É importante que continue, permanecendo. Temporariamente só, temporariamente longe, temporariamente. Que fiquem as desilusões, os orgulhos, as horas, os anos mas as nossas bocas, que fiquem sempre juntas. Quero fazer de um <em>sim</em>,<span style="color:#cccccc;">*</span> uma certeza de que nem sitio ou flor se aconcheguem primeiro a mim e que não deixaremos o nosso sabor.</div><blockquote><p align="right"></p></blockquote><p align="right"><span style="font-size:85%;color:#ffccff;">*Florbela Espanca - poemas</p><blockquote><p align="right"></p></blockquote><p align="right"><span style="color:#cccccc;">* Sara Tavares</span></span></p>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-77260792092503812542009-05-25T09:41:00.000-07:002009-06-03T10:27:39.528-07:00Não há nada que levar a mal...quero-te, gosto-te, desejo-te, anseio-te, temo-te, protejo-te, adoro-te, procuro-te, ambiciono-te, preciso-te.Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-4953164835301571212009-05-23T03:15:00.000-07:002009-05-25T09:56:34.222-07:00começamos ao contrário<div align="justify">não podemos inverter a ordem natural das coisas. é como viver dentro de um relógio sem sermos ponteiros. seguem o seu caminho mesmo que o nosso o contrarie. não seriam sós as nossas horas perdidas. perdia o sono, o conforto e até o sol para me perder contigo.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-35132230191419513812009-05-18T04:42:00.000-07:002009-05-18T04:56:50.605-07:00*"O coração guarda o que nos escapa das mãos"<div align="justify">No que diz respeito ao amor. Guarda e segura mesmo aquilo que não está sequer ao alcance dos olhos. E nas pessoas? É verdade que o coração sente de facto? Que recebemos a indicação do que temos e, que muitas vezes, são os olhos que não deixam ver? Ou é a razão que anuncia e o coração que tapa? São os outros ou apenas as nossas expectativas? Queremos muito ter aquilo que pensamos ver ou vemos muito para além do que temos? Preciso-te como te vejo. Quero-te como te penso ter. Que aconteça como preciso e quero e penso quereres. Não estaremos só iludidos com o que vemos pensado que é isso que temos? Será assim que acontece? E na tua cabeça? Como pensas querer-nos? Caminhamos parados lado a lado para coisa nenhuma ou sou eu que não consigo ver? Estou cansada e mesmo quando ainda te tenho sinto a nossa falta. *"A vida é uma coisa,o amor é outra" e se apenas um momento de amor pode valer uma vida inteira, sinto que nós temos direito a várias. Quero-as inteiras. *"Por muito longe,por muito difícil,por muito desesperadamente." <blockquote></blockquote><span style="font-size:85%;">*(obrigada Pedro por lembrares este texto do MEC)</span></div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-14478935365033117442009-05-12T06:40:00.000-07:002009-05-12T06:54:41.843-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">ouvimos o vazio. aquele som de barulho nenhum que parece ensurdecer-nos. perdemo-nos em pensamentos que não temos. alimentamos os nossos dias de bocas vazias. enchemos a nossa vida de lugares comuns onde nunca chegamos a estar. falamos com pessoas que não ouvimos e somos insistentemente exteriores a nós. começamos ao contrário e seguimos no sentido inverso. desenrolamos a espiral do nosso pensamento sem encontrar o principio. finalmente chegamos a lugar nenhum e fechamos os olhos. vemos finalmente as cores, a luz, as coisas, vejo-te. só assim te consigo ver, quando fecho os meus olhos. encontramo-nos finalmente sem nos podermos tocar. olhamo-nos sem que veja os teus olhos. ficamos ali lado a lado sem que nenhum espaço seja partilhado.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-23811003229669673792009-05-08T07:01:00.000-07:002009-05-08T07:22:09.542-07:00a escorregar das mãos sem as conseguir fechar<div align="justify">o tempo passa a correr. crescem-nos os cabelos, perdemos outros, largam a cor, ganhamos mais uns traços na pele que nos obrigam a lembrar como passa tudo tão depressa. coisas que nos parecem imutaveis e imperdiveis toda uma vida e que de repente, num acto de segundos, se perdem como se nunca materializassem tal intensidade. o que outrora se definia como uma emaranhado de raizes, aparece agora sem qualquer vestigio de proximidade. passam-nos os dias, as horas, o amor, a amizade.. passam por nós e alguns ficam, esperando que sejam os que valem a pena. uns passam ao lado, por distração ou apenas por ordem do destino. é preciso continuar a caminhar em frente. não atentar a distrações. por mais passos ao lado que se dê, interessa focar no caminho. voltamos sempre. voltamos sempre ao que somos, ao que nunca muda, ao que acreditamos, queremos e temos de mais precioso. queremos ter-nos lado a lado. 'ninguém é feliz sozinho'. como peças de puzzle pousamos as nossas almas nas mãos de outras e a magia acontece. que assim seja contigo.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-52801641620076816172008-12-09T08:36:00.001-08:002008-12-09T08:55:04.638-08:00começamos ao contrário<div align="justify">'Ando entre o usado e o emprestado'*. Que objectivos? parece repetirmos os locais, as mesmas falas, repetimo-nos. Vemos as mesmas caras até naqueles que acabamos de encontrar. Entramos e saímos da nossa vida, da vida dos outros, e nada parece alterar-se. Passamos estados de graça, de riso ou de choro. Estamos bem agora e logo deixamos de estar, regressando por vezes. Entre o usado dos meus sentimentos e o usado dos outros, empresto-me momentos de satisfação mas, logo são chamados à sua origem. Sentimos também a necessidade de deitarmos a cabeça no nosso étimo, causa da nossa insensatez. Talvez eu ou o outro, talvez agora, aqui ou mais além tudo se esclarecerá. Até o acidental, o imperfeito, não é tomado em sentido absoluto.</div><blockquote></blockquote><object height="110" width="300"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/754uqPMA7r/aus=false/"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://media.imeem.com/m/754uqPMA7r/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object><blockquote><p align="right"></p></blockquote><p align="right"><span style="font-size:85%;">*Brideshead Revisited</span></p>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-80183099145339131622008-11-11T10:22:00.000-08:002008-11-11T10:26:12.662-08:00a litle while, just a litle...<div align="justify">'You might even feel as if your wings have been clipped and that there is less free will available to you now. But don't give up, even if you must be quiet for a while longer.'</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-18267307413018323532008-11-11T05:07:00.000-08:002008-11-11T05:08:28.300-08:00wake up!<object height="110" width="300"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/otLYO5Rp2h/aus=false/"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://media.imeem.com/m/otLYO5Rp2h/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-83952440770950012122008-11-11T04:02:00.000-08:002009-05-08T07:42:25.617-07:00começamos ao contrário<div align="justify">Caminhava leve e lenta sobre as vistas da cidade. O rio não corria naquela manhã, parecia deslizar, quase a planar entre as margens. Vi o meu olhar extasiado reflectido no vidro do eléctrico e dali vi passar a casa. Era um prédio comum, branco. As varandas marcavam de forma romântica aquela fachada e acompanhavam o desenho dos azulejos que as desunia do primeiro piso, marcado de forma arrogante por uma grande entrada de madeira e grades verdes. Uma rua estreita onde todos se conhecem, pode fazer-se uma vida ali. Há jornais e cheiro a café, pão e fruta, há restaurantes de gente simpática, podemos correr aromas desde o japão às nossas pataniscas. Conhecem-se gerações. Á noite enche-se a rua de luzes, de risos, músicas e vozes. Pelas janelas abertas deste prédio, vêm-se familias a jantar, casais a ver filmes aconchegados no sofá, grupos de amigos sentados em volta de uma mesa e, no entanto, no meio de todo este movimento tudo me parecia desgarrado e passageiro. Talvez até um pouco triste e cruel. A minha roupa não me cabe, já não sei onde fica a minha casa. Perde-se o norte por vezes, é o que dizem. Fiquei parada a olhar, fiquei fixada nestas janelas, na esperança de me ver. De poder sorrir e acenar-me. De me ver feliz e envolvida.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-62922723708200290462008-11-05T09:53:00.000-08:002008-12-09T08:58:24.173-08:00começamos ao contrário<div align="justify">Começamos? De certeza continuamos. Interrompemos, terminamos, ficamos em pausa. Somos e acontecemos. Para cinzentos e curtos bastam-nos os dias. Se somos, é assim que estamos, acontecemos e fazemos acontecer. Somos gerados e geramos, não nos deixam parar. Desta ou de outra maneira viveremos sempre; agora, aqui, contigo ou com o outro. De pé, deitados, na nossa memória e na memória dos outros. O sangue corre-nos nas veias e nós corremos atarefados nas artérias dos dias da nossa cidade. Não olhamos para nós, menos para os outros e quando, como hoje, de repente me vejo reflectida no vidro da montra de sapatos, nem me reconheço. Que pessoa vê quem me olha, que sou eu afinal? Reconheço-me nas reacções dos outros, nas minhas mãos e nos passos que dou. Conheço o eco da minha voz e como ressoa na minha cabeça. Entrego-me aos nossos dias, às mudanças de tempo, aos cheiros e apetites. Desligo o fio, largo-me do ancoradouro e ando à deriva. As horas são outras, são as minhas quando há consciência. Adormeço e sobe o pano, entra o andarilho, o trintanário das minhas ideias.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-81780182244024398732008-11-04T08:46:00.001-08:002008-11-04T08:46:44.837-08:00Ficamos à espera<object height="110" width="300"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/ueWlk8aJVF/aus=false/"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://media.imeem.com/m/ueWlk8aJVF/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-46177110018250102752008-11-04T08:04:00.000-08:002008-11-04T08:35:27.324-08:00começamos ao contrário<div align="justify">Lamento. Ouve-se o lamento nas ruas, são tempos de tal, ouve-se o sino em pranto e eu lamento o que nos coube em sorte. Se entrar em mim lamento apenas ter acreditado. Não nos lamento, não te lamento nem tão pouco me ausento de mim por tal mas, fica o lamento de me envolver sem sustento. Não me faltas, faltaste apenas enquanto acreditei que suportavas o alimento da minha sensibilidade. Não lamentes, não sintas muito ou pouco pelo afastamento que sempre foi e muito menos por julgares o meu lamento, que cuidas apenas derramar-se pela nossa ausência. Iludes-te, tal como já eu me iludi. Não materializes o meu silêncio como uma manifestação de carência de ti, numa formação mal ajuízada . Sossega e mostra a gratidão em consciência de me teres tomado por conhecido. Ausentaste-te na experiência do universo das impressões, das sensibilidades e intuições. A oportunidade e o ensejo encarregar-se-ão de ti. Boa sorte.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-88105850111927094292008-10-20T10:12:00.000-07:002008-11-11T05:09:16.371-08:00yumeji's theme<div align="justify">caminhamos lado a lado com as janelas e as portas. as luzes são difusas como os nossos pensamentos. deixamo-nos no intervalo das palavras em momentos infindos. os tecidos cobrem-me o corpo em tons de perfeição e tu deslizas distinto em contemplação. não seremos como eles, dizes. <blockquote></blockquote></div><object height="110" width="300"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/XXSgIlxBM0/aus=false/"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://media.imeem.com/m/XXSgIlxBM0/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-80727915124612564252008-10-16T04:50:00.000-07:002008-10-18T03:28:10.972-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">prolongamos as nossas horas, as nossas e as de cada um, certamente assim seria se o efeito da mudança cessasse. Se ficassemos suspensos no nosso prazo enquanto dilata a nossa existência. adversa esta atitute, adversa ao correr de nós. imprópria à evolução inevitável, inadequada a prosperar-mos enquanto sujeito. o tempo não se compadece com hesitar. quero ser, quero que me note quem quero. não quero representar por caracteres, quero que me sintam pondo em acção nos dias o papel que tenho na peça que não se quer parada. ponho fim ao que me prende inerte. o frio que suporto contem a ânsia do calor, daquele calor que me inflama e me eleva a alma. é desse que quero existir, nesse que quero estar e fazer parte. se-lo! que o calor me corra nas veias, que eu o volte a exalar das ventas.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-1835704547434444832008-10-15T09:07:00.000-07:002008-10-15T09:32:49.540-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">passamos dias enfermos, dias em que as cores do outono tomam conta do nosso espírito. no meio dos pálidos e das madeiras há os tons rubros e escarlates que nos permitem um feixe de luz que queremos guardar para o inverno. se num flanco nos sentimos fragilizados, noutro encontramos a serenidade. tempo de introspecção, quase num tom de experiementação que tomaria estas cores se o tivessemos de pintar. tempo de passarmos da impetuosa energia dos dias de sol para o intenso rigor do inverno. não gosto destes dias. sou tal como eles e por isso não me agrada saborea-los. recuso o prazer que me dão os tons da alma, de pensamentos outonais. não quero contemplar. aceito sem hesitações a rudeza do frio que me faz desejar mais que nunca o calor, quero antes sentir essa falta desejando-a sem pudor que ficar na languidez da vontade.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-36193320556005621122008-10-09T10:44:00.000-07:002008-10-09T10:53:02.604-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">Adiantamo-nos na nossa historia. Avançamos nas nossas memorias para podermos continuar...para que deixemos o que passou e entrarmos no que se está a passar, sem nunca conseguimos deixar de pensar que se passará.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-23808202599215223892008-10-03T10:11:00.000-07:002008-10-03T10:17:40.705-07:00Eu...<div align="justify">acordei e não queria, comi e não devia, bebi e não podia, fui e não pretendia, possuí e não desejei, pensei e não disse, tentei e não consegui.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-25947571738759612132008-10-03T09:37:00.000-07:002008-10-03T10:04:58.797-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">Dormi, adormeci de cansada. A vontade de sair desse estado de dormência era nenhuma. Tudo parecia sereno e resolvido nessa tangente do real. Gosto de pensar que a minha cama é confortavel com o teu corpo, que o meu aquece com a ideia da tua carícia, que a rua fica silenciosa com o nosso olhar e que a fome sacia com a ternura. Os problemas e as nossas diferenças não têm papel onde estive e quis ficar. Fico neste limbo e nesta ansiedade de querer que seja assim depois do despertar, depois de ficar de pé, depois do banho, depois de perceber que tenho fome e que há barulho na rua, que não estamos sós e que as nossas diferenças são o que nos torna iguais. Fico esmagada entre o que tenho e o que quero, na esperança de se tornarem iguais tal como nós.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-44074571605948585532008-10-02T07:25:00.000-07:002008-10-02T07:34:47.397-07:00Pragma ou Philia ?quando Eu mostro <em>psique</em> Tu apareces-me <em>eros</em>...<br /><blockquote></blockquote><object height="110" width="300"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/8ZYZUTOBmW/aus=false/"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://media.imeem.com/m/8ZYZUTOBmW/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-62295858100341721332008-10-02T06:54:00.000-07:002008-10-02T07:23:35.772-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">Precisei de apanhar ar, aproveitar o sol que é das poucas coisas que me aquece ainda. Percorri ruas que não existiam antes ali, passei por pessoas que conheço só de nunca as ter ouvido. Ando ou mexe-se a cidade e pareço não ter saído nem um pouco de ao pé de ti. Tenho alguma fome, sem tomar conta dos meus passos entro na confeitaria, peço o que não me lembro de comer e vejo no meu reflexo sobre a montra dos bolos o teu, que não me cabe. O que eu gostava de os ver encaixar, como se fossem sombras do mesmo objecto. A luz muda e a sombra vai rodando, ganhando novas formas, encontrando diferentes superfícies mas o objecto, a essência, o princípio de todas as formas que toma, esse é sempre o mesmo. Como nós deveriamos ser. O sol faz tudo acontecer, rodamos, crescemos, dormimos e envelhecemos segundo os raios de sol. Dele apenas deveriamos depender mas somos muito mais que matéria e a nossa alma tudo confunde. Queria poder dizer-te que estou bem, que estamos e vamos ficar bem. É isso que a alma me pede mas pede-me a tua também e essa...</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-72110932122769374492008-09-29T04:32:00.000-07:002008-09-29T04:34:22.450-07:00'Feliz ou infeliz'Vão breves passando<br /><blockquote></blockquote>Os dias que tenho.<br /><blockquote></blockquote>Depois de passarem<br /><blockquote></blockquote>Já não os apanho. <blockquote></blockquote>De aqui a tão pouco <blockquote></blockquote>Ainda acabou. <blockquote></blockquote>Vou ser um cadáver <blockquote></blockquote>Por quem se rezou. <blockquote></blockquote>E entre hoje e esse dia <blockquote></blockquote>Farei o que fiz: <blockquote></blockquote>Ser qual quero eu ser, Feliz ou infeliz. <em><span style="font-size:85%;">Fernando Pessoa</span></em>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-7645161857386735112008-09-29T03:07:00.000-07:002010-10-15T09:46:53.910-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">Esta noite em que o céu traz um brilho mais forte, em que o fim do dia levou o sol reflectido nas ondas do mar, ficou apenas a memória no cheiro do meu cabelo. Uma noite em que o sono teima em não chegar. Tento adormecer e recordo no corpo o quente da areia, a brisa que traz o cheiro daquela criança que brinca com a bola junto à água, aquela criança que não vejo, apenas oiço e imagino. Imagino como é o seu sorriso, a alegria que sente com a nova bola azul e quanto lhe agrada o toque das mãos macias e cheias de ternura da mãe, que o protegem do sol. O cheiro daquele creme. Pareceu-me acordar com o suave toque de um beijo e a tua cara quis encher-me o olhar, esbocei o meu primeiro sorriso ensonado e pensei como é bom acordar. Acordei e percebi que enquanto sonhava acordar apenas tinha conseguido adormecer e que o meu sono se mantinha leve conseguindo pensar acordar com o teu toque. O meu coração decide como durmo, como acordo, como sorriu, como olho para quem me olha. Só ele sabe quem sou. Acho que por instantes consigo deixar de pensar e uma chama invisível ou qualquer coisa impossível faz-me acreditar que em silêncio trocámos palavras de um novo dialecto que imaginamos. Por mais tempo ou gente que passe, por mil anos que seja, será sempre pouco.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">*obrigada Jorge Palma</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5079010986042676283.post-30698546665352016582008-09-23T04:57:00.000-07:002009-05-08T07:49:58.186-07:00(começamos ao contrário)<div align="justify">Falamos de tudo e de nada como se disso dependesse o futuro. Por momentos achamos que a nossa vida se define naqueles instantes. Tanta urgência em coisa nenhuma. Perdemo-nos do agora a pensar no que poderá vir a ser. Levamos a vida a correr, o momento é sempre a passagem para o que esperamos, até percerbermos que esse passa enquanto pensamos no queremos vir a passar. O equilibrio, o momento de pausa. Acontece e sentimo-nos perdidos, não sabemos o que fazer com tudo o que tanto esperámos, apercebemo-nos que temos receio de nós, das nossas incapacidades. São essas que nos fazem correr e repetir incessantemente os mesmos erros e perder o verdadeiro momento.</div>Miss Dallowayhttp://www.blogger.com/profile/03749538052642398666noreply@blogger.com