sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu...

acordei e não queria, comi e não devia, bebi e não podia, fui e não pretendia, possuí e não desejei, pensei e não disse, tentei e não consegui.

(começamos ao contrário)

Dormi, adormeci de cansada. A vontade de sair desse estado de dormência era nenhuma. Tudo parecia sereno e resolvido nessa tangente do real. Gosto de pensar que a minha cama é confortavel com o teu corpo, que o meu aquece com a ideia da tua carícia, que a rua fica silenciosa com o nosso olhar e que a fome sacia com a ternura. Os problemas e as nossas diferenças não têm papel onde estive e quis ficar. Fico neste limbo e nesta ansiedade de querer que seja assim depois do despertar, depois de ficar de pé, depois do banho, depois de perceber que tenho fome e que há barulho na rua, que não estamos sós e que as nossas diferenças são o que nos torna iguais. Fico esmagada entre o que tenho e o que quero, na esperança de se tornarem iguais tal como nós.