quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(começamos ao contrário)

Percorrem por fim, a par, as ruas que sempre foram de turistas e que agora sendo suas parecem apenas ser uma pequena curiosidade boémia. Salta o cheiro das livrarias e dos alfarrabistas, as conversas das gentes de teatro nas galerias que residem como ponto de encontro. Aqueles que estão de plantão nas esplanadas continuam e, eles viajam sem sair daquele labirinto orgânico de ruas que exploram quase sem olhar. Os sentidos estão apurados.Conversam e são frequentemente assaltados por acontecimentos passados, como se escutassem a voz de um narrador que habita a cabeça de cada um. Tudo faz sentido, agora sim podem ser ditas algumas das palavras contidas por falta de compreensão do seu significado. As ideias têm agora condição de entender o que aquele ser que se mantém ainda exterior a si provoca. Como se fosse um déjà-vu que nunca o foi por falta de percepção. Era real agora e respirava-se fundo naquele café, como quem conclui uma missão.

realidade

A ficção é de facto a única realidade que perdura. no mais contraditório que isto possa parecer. será simples depois de se fazer o seguinte exercício; desde o principio dos tempos que o homem se entrega à construção material de testemunhos, eternizar a sua presença. Tudo o que possa marcar e até criar a realidade mas, são apenas as ficcionais, as não reais, que permanecem. Na eternização de algo imaterial não persiste o desgaste do físico, a erosão dos tempos.
"The difference between fiction and reality? Fiction has to make sense." Tom Clancy

(começamos ao contrário)

Se alguma coisa tivera sempre em comum com aquele que ainda hoje se mantém um desconhecido, mesmo sem disso ter consciência, foi a musica. Aquela que um dia foi descrita por alguém como sendo ‘a alma da linguagem’. Foi essa que os despertou e que dispensou as palavras dando lugar a qualquer coisa que lhes encheu a alma. É essa a razão desta história. Poderiam ser as origens, as ruas ou até mesmo as cidades mas pelo contrário, essas encerraram sempre o papel de fronteira. Aquela fronteira que conhecemos como física mas que aqui começa e cresce como um sentimento qualquer.No fundo o que a move agora e acaba por provocar este recotejo, não é mais do que a causa do que o tem feito viver até então. Aquilo que o levou a terras que não a sua, o que o levou a procurar aquilo que chegou a acreditar nunca vir a encontrar. Nunca soube e julga ainda continuar a não saber que sentimento é aquele ’... es demasiado tarde. Te ha pillado’.

felicidade

"If there were in the world today any large number of people who desired their own happiness more than they desired the unhappiness of others, we could have a paradise in a few years." Bertrand Russell