passamos dias enfermos, dias em que as cores do outono tomam conta do nosso espírito. no meio dos pálidos e das madeiras há os tons rubros e escarlates que nos permitem um feixe de luz que queremos guardar para o inverno. se num flanco nos sentimos fragilizados, noutro encontramos a serenidade. tempo de introspecção, quase num tom de experiementação que tomaria estas cores se o tivessemos de pintar. tempo de passarmos da impetuosa energia dos dias de sol para o intenso rigor do inverno. não gosto destes dias. sou tal como eles e por isso não me agrada saborea-los. recuso o prazer que me dão os tons da alma, de pensamentos outonais. não quero contemplar. aceito sem hesitações a rudeza do frio que me faz desejar mais que nunca o calor, quero antes sentir essa falta desejando-a sem pudor que ficar na languidez da vontade.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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