sexta-feira, 19 de setembro de 2008

(começamos ao contrário)

'Como te foste lembrar com esse pormenor... É verdade que ficou sempre um certa dúvida entre nós. Como conseguimos partilhar tanta coisa, sem nunca sequer falarmos sem ninguém? Desde o início... Talvez nem nunca me tivesses visto e eu conhecia-te. Já te tinha visto cantar e de repente falámos e descompões-me com uma música.' - são sensações interessantes, muitas, fortes e estranhas. Nunca antes me tinha acontecido. Tanta atenção, preocupação, carinho e outros sentimentos que se esperam de quem nos conhece. Retribuir? E como? Que poderia estar eu a retribuir? É um total desconhecido a quem confiei o meu sorriso aberto...não se explica... -

(começamos ao contrário)

'Lembro-me do que trazias vestido. Fizeste-me recordar a alegria das minhas raízes. Vi-te antes do concerto e sabia-te na plateia. No fim, quando nos cruzamos perdi o jeito de te dizer Olá, nem sabia como. Tu falaste-me e eu não consegui senão responder' - como serei capaz de explicar passado todo este tempo aquilo que nem eu cheguei a perceber. Pensei que tinha conseguido resolver esta questão mas agora voltou tudo. Voltou tudo como se nunca de cá tivesse saído. Lembro-me do vestido, o cabelo, aquele sorriso e de como ficava cada vez que a via. Por querer falar, por a querer conhecer-

A procura da terra do Nunca

'É o tique-taque do crocodilo, não é?....o tempo corre atrás de todos nós...' Mrs Wendy

de um segundo para o outro, sem intenção, sem consciência e sem controlo, perde-se a criança e nasce o adulto

(começamos ao contrário)

Entre conversas e olhares de reconhecimento buscam no outro aquilo que os uniu em tempos.
Ali está. Está no mesmo lugar, vestido de outras sensibilidades pintado com outras cores mas a dançar ao mesmo tom. Os movimentos embalam as sensações com a ternura com que se embala uma criança. Lembram o dia que involuntariamente se ligaram, lembram como conseguiram manter a proximidade mesmo quando tudo o resto parecia querer o contrário.
Ela continuava a sorrir como se nada afectasse o seu mundo e ele percebia agora onde residiam as fragilidades. Como se disfarçavam os medos e as inseguranças. Mais uma vez surge um entendimento que não se explica