quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(começamos ao contrário)

Percorrem por fim, a par, as ruas que sempre foram de turistas e que agora sendo suas parecem apenas ser uma pequena curiosidade boémia. Salta o cheiro das livrarias e dos alfarrabistas, as conversas das gentes de teatro nas galerias que residem como ponto de encontro. Aqueles que estão de plantão nas esplanadas continuam e, eles viajam sem sair daquele labirinto orgânico de ruas que exploram quase sem olhar. Os sentidos estão apurados.Conversam e são frequentemente assaltados por acontecimentos passados, como se escutassem a voz de um narrador que habita a cabeça de cada um. Tudo faz sentido, agora sim podem ser ditas algumas das palavras contidas por falta de compreensão do seu significado. As ideias têm agora condição de entender o que aquele ser que se mantém ainda exterior a si provoca. Como se fosse um déjà-vu que nunca o foi por falta de percepção. Era real agora e respirava-se fundo naquele café, como quem conclui uma missão.